quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Na Alemanha 11 – 23 de Janeiro de 2010

Acordei cedo, tomei banho, comi mais algumas bolachas e fui à Hauptbahnhof, de onde sairia o tour ao castelo de Neuschwastein. O tour é oferecido pela mesma empresa Sandeman’s. Dessa vez dei azar com a guia. Era uma canadense gordinha de um metro e meio de altura que falava com entonação de Telecurso 2000 e sempre olhando pro chão. Mas tudo bem. O mais legal do castelo é o cenário, e não a história, apesar da história ser também interessante.

Depois de 2 horas de trem e 10 minutos de ônibus chegamos ao castelo. Na verdade são dois castelos: o Neuschwastein e o Hohenschwangau. Subimos a montanha a pé, naquele frio. Uma parada pra descanso no meio ajudou a agüentar o tranco. Uns americanos ficaram pra trás.

O primeiro contato visual com o castelo de perto foi impactante. A neblina se combinava com o sol que subia por trás de uma das torres do castelo, formando linhas iluminadas na neblina, como se a torre do castelo em si estivesse emanando a luz do sol.

Pra entrar no castelo, seguindo um tour guiado de 35 minutos, pagamos mais 9 euros. Não valeu muito a pena. O interior do castelo é fantástico. A sala do trono e o quarto do rei são surreais. Mas não é permitido tirar fotos no interior do castelo e o guia parece um robô, com um script decorado em um inglês com sotaque carregado difícil de entender. Se alguém o interrompesse com uma pergunta, ele se perdia e não sabia o que fazer. Mas é bonito lá dentro, pelo menos.

Os dois castelos ainda são propriedade da família real da Bavária. Quando o Rei Ludwig II – rei que mandou construir os dois castelos – morreu, em 1860 e alguma coisa, ele deixou uma dívida tão grande que tiveram de abrir os castelos ao público apenas 6 semanas após sua morte, mesmo sendo desejo do rei que seus castelos fossem destruídos quando falecesse. A família real vem então, desde essa época, lucrando rios de dinheiro com o turismo no lugar.

Não há muito a falar sobre o lugar. As fotos definem melhor.

Voltamos então à estação central, já de noite. Tinha duas horas pra comer alguma coisa, entrar na internet pra mandar notícias tomar um banho e ir à estação encontrar a Laura e a Johanna. Nesse sábado a Johanna, a outra alemã que conheci em Lyon na mesma ocasião, pôde também ir.

Fiz tudo isso e lá estava eu, Às 20:00 na estação. Chegaram as duas, Laura e Joahanna, e íamos decidir pra onde iríamos. A Laura disse que a casa do Mikko, o amigo dela, era ali perto e ele havia dito para irmos lá pra decidirmos o que faríamos. No centro de Munique, chegamos ao prédio do cara. No elevador um lugar para por uma chave com a incrição “V.I.P.”. Entramos no elevador e ele subiu, sem apertarmos nenhum botão. Quando abriram-se as portas, estávamos na sala de estar do cidadão. Fraco.

Decidimos, enfim, em ir à Nero. Uma pizzaria com fama de melhor pizza de Munique. A mesma pira de fingir que éramos todos turistas continuaria. Desta vez a Laura e a Johanna fariam o papel de duas amigas holandesas viajando juntas. Novamente os garçons todos acreditaram, e conversaram, e perguntaram, e bateram papo, sendo muito mais simpáticos do que seriam se eles não ‘fossem’ estrangeiros.

A pizza da tal Nero era mesmo muito boa. Tinha a opção de vir com massa integral. Diferente, e muito bom. Mais uma vez a prova: na Alemanha come-se bem. Saímos da pizzaria e fomos ao bar de um albergue vizinho do meu, perto da Hauptbahnhof. Estávamos todos destruídos, muito cansados. Não demorou muito até desistirmos e nos despedirmos, cada um seguindo seu rumo.

Mas antes disso o Mikko resolveu fazer um truque de mágica com cartas. Disse pra eu pegar uma carta do baralho, eu olhei a carta, uma dama de espadas. Botei-a novamente no baralho e ele o embaralhou. Pediu pra que eu desenhasse uma arma num papel e, dizendo ‘1, 2, 3, Boom!’, apontasse a arma pro baralho, como se disparasse um tiro nele. Depois disso, pediu pra que eu procurasse a minha carta no baralho. E a mostrasse. Eu fiz. E a dama de espadas estava lá, com um buraco no meio, com bordas queimadas, como se tivesse sido atravessada por um tiro. Medo!

Num sei como ele fez isso, mas sei que ele me deu a dama de espadas furada pra guardá-la como lembrança da Alemanha. E eu guardei, ainda sem entender o que o cidadão aprontou.

Pois então. O sábado acabou. Fui dormir, planejando pro dia seguinte de ir andando pelos pontos principais da cidade que ainda não havia conhecido.

*Ouvindo – ‘Bobby McFerrin – Simple Pleasures’

Um comentário:

  1. As fotos da visita ao castelo são fantásticas. A névoa, a neve, os castelos... paisagem bonita e mágica!

    Que alemãozinho mandrake, hein?
    impressionante!

    bjim

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